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Chá verde promissor no combate ao HIV

Chá verde promissor no combate ao HIV

Leigh Hopper do Houston Chronicle
Marque mais um ponto para o chá verde.

Em experimentos em tubos de ensaio, um componente dessa onipresente bebida bloqueou a capacidade do vírus da Aids de capturar e destruir as células do sistema imunológico, disseram cientistas de Houston e do Reino Unido.
Os benefícios do chá verde derivam de uma substância chamada epigalocatequina galato, ou EGCG. O EGCG é um

flavonóide, um componente que dá ao chá verde sua cor e possui propriedades anticâncer, antimicrobianas e antiinflamatórias. Medicamentos contra câncer baseados em EGCG já estão passando por testes clínicos.
Ele também parece promissor no combate ao HIV - apesar de ninguém ainda o estar recomendando para prevenção ou tratamento da Aids.
Há pelo menos uma década, os pesquisadores sabem que a molécula do EGCG inibe a progressão do HIV em experimentos de laboratório -mas ainda não entendiam precisamente o motivo.
Agora, em um novo trabalho da Faculdade de Medicina Baylor e da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, cientistas mostram como a molécula do EGCG se liga ao exato ponto em que o HIV precisa infectar uma célula T saudável, um tipo de célula branca do sangue fundamental no combate a infecções. O estudo deles está disponível online no "Journal of Allergy and Clinical Immunology".
Sob circunstâncias normais, o HIV faz seu trabalho sujo por meio de um "envelope" ou uma proteína de superfície chamada gp120. A gp120 se liga a uma "cavidade" especial na superfície de células hospedeiras suscetíveis chamadas células T CD4. Após tal fusão, o HIV libera seu material genético na célula saudável. A célula infectada então começa a liberar a próxima geração de vírus.
Mas não se a molécula derivada do chá verde se ligar a tal cavidade, deixando o HIV sem ter como entrar.
A professora de pediatria da Baylor, a dr. Christina Nance, supervisora de pesquisa para alergia e imunologia do Texas Children's Hospital, disse que ela e seus colegas usaram uma abordagem relativamente nova envolvendo espectroscopia de ressonância magnética nuclear. Tal método lhes permitiu "ver" as estruturas pelas quais as moléculas de EGCG, gp120 e CD4 se ligam. Participaram da pesquisa o dr. Theron McCormick e dr. William Shearer, de Baylor, e Mike Williamson, da Universidade de Sheffield.
Usando a espectroscopia, Nance e seus colegas observaram as freqüências emitidas pelos átomos de hidrogênio, carbono e nitrogênio que compunham as moléculas que estão estudando. Eles uniram a molécula CD4 à proteína de superfície gp120 do HIV, então uniram a molécula CD4 ao EGCG do chá verde.
Os dados de freqüência inseridos em um computador produziram um modelo molecular mostrando que o EGCG e o HIV compartilhavam o mesma "cavidade de ligação" na célula T CD4."Um dos fatores promissores é que por esta ser uma molécula pequena e se ligar à mesma cavidade de ligação que a gp120 (do HIV), ela pode não inibir a função (normal) da molécula CD4", disse Nance.
Nance descobriu que a quantidade de EGCG necessária para inibir a progressão do HIV era a equivalente à quantidade obtida bebendo duas xícaras de chá verde.


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